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quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Túnel (Ernesto Sabato)


" Às vezes acho que nada tem sentido. Em um planeta minúsculo, que há milhões de anos corre em direção ao nada, nascemos em meio as dores, crescemos, lutamos, adoecemos, sofremos, fazemos sofrer, gritamos, morremos, morrem e outros estão nascendo para voltar acomeçar a comédia inúltil" (pag. 40)
"Não vejo incoveniente em dizer que, algumas vezes, o fato de ter observado uma fisionomia me impedia de comer pelo resto do dia  ou  me impedia de pintar durante uma semana; é incrível até que ponto a cobiça, a inveja, a fatuidade, a grosseria. a avidez e, em geral, todo esse conjunto de atributos que formam, a condiçãon humana podem ser vistos num rosto, num modo de andar, num olhar. Parece-me natural que depois de um encontro assim não se tenha vontade de comer, de pintar, nem mesmo de viver" (pag. 47-48)
                                                                                             
"Quantas vezes essa maldita divisão da minha consciencia foi culpada de atos atrozes! Enquanto uma  parte me leva a tomar uma bela atitude, a outra  denuncia a fraude, a hipocresia e a falsa generosidade; enquanto uma me leva a insultar um ser humano, a outra  se compadece dele e acusa a mim mesmo daquilo que denunciou em outros; enquanto uma me faz enxergar a beleza do mundo, a outra me aponta a fealdade e o ridículo de todo sentimento de felicidade" (pag. 81-82)
"O homem é tão apegado ao que existe que acaba  preferindo suportar sua imperfeição e a dor que causa sua fealdade, a aniquilar a fantasmagoria com um ato de vontade própria" (pag. 86)
"Meu Deus, se não era para desconsolar-se pela natureza humana, ao pensar que entre certos instantes de Brahms e um esgoto existem ocultas e tenebrosas passagens subterrâneas" (pag. 134)
"Em todo caso, havia um só Túnel, escuro e solitário: o meu" (pag.144)

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